Apesar da cachaça da noite anterior, o dia até que começou bem, com uma dor de cabeça, mas bem de leve. Nosso plano inicial era tomar café da manhã no mercado de Paloquemao, mas quando acordamos obviamente o Filipo já tinha preparado o seu já tradicional suco de laranja com ovos mexidos, que fomos 'obrigados' a comer.
Adendo para explicar quem são Maurício e Filipo. Maurício é um membro do CouchSurfing de Bogotá, que eu contatei antes de sairmos do Brasil, indicação de Tarso, outro couchsurfer (este de São Paulo) que já tinha ficado na sua casa. Maurício na realidade é da região de Medellin, mas mora em Bogotá há muitos anos e conhece a cidade de cabo a rabo. Filipo, aliás José, é um filipino (daí o apelido) que mora há muitos anos nos EUA e agora, aposentado, viaja por aí buscando almoços baratos e lugares pra correr: ele é maratonista, corre todo ano a maratona de New York.Maurício foi um anfitrião perfeito, quando chegamos, no domingo, ele tinha acabado de voltar de Medellin, ou seja, tinha dirigido umas sete horas, mas ainda assim fez questão de nos levar num tour nortuno pela cidade. O Filipo é uma peça rara, sempre meio alheio a realidade mas muito bem humorado e carinhoso. Ele foi meio que adotado pela Má, que se divertiu horrores em sua companhia.
Adendo para explicar quem são Maurício e Filipo. Maurício é um membro do CouchSurfing de Bogotá, que eu contatei antes de sairmos do Brasil, indicação de Tarso, outro couchsurfer (este de São Paulo) que já tinha ficado na sua casa. Maurício na realidade é da região de Medellin, mas mora em Bogotá há muitos anos e conhece a cidade de cabo a rabo. Filipo, aliás José, é um filipino (daí o apelido) que mora há muitos anos nos EUA e agora, aposentado, viaja por aí buscando almoços baratos e lugares pra correr: ele é maratonista, corre todo ano a maratona de New York.Maurício foi um anfitrião perfeito, quando chegamos, no domingo, ele tinha acabado de voltar de Medellin, ou seja, tinha dirigido umas sete horas, mas ainda assim fez questão de nos levar num tour nortuno pela cidade. O Filipo é uma peça rara, sempre meio alheio a realidade mas muito bem humorado e carinhoso. Ele foi meio que adotado pela Má, que se divertiu horrores em sua companhia.
Mas, voltando ao mercado de Paloquemao, foi meio decepcionante, para que conhece os mercados municipais de SP ou BH, este aqui deixa muito a desejar. Valeu para conhecer algumas frutas novas, e pouco mais.
Depois do almoço fomos para Zipaquira, que é uma cidadezinha ao norte de Bogotá. Para chegar na estação rodoviária nos utilizamos do Transmilenio, que é um sistema de ônibus baseado no que existe em Curitiba, só que muito melhorado: você paga a passagem ao entrar nas estações espalhadas pela cidade. Então, quando o ônibus chega, o embarque/desembarque é muito mais rápido. Mas a principal diferença é que esse sistema tem vias dedicadas, ou seja, algumas pistas das avenidas principais são exclusivas para ele, fazendo com que os ônibus andem muito mais rápido que no trânsito comum.
Na verdade, todo o trabalho de engenharia de tráfego em Bogotá é notável. Além do Transmilenio, eles tem um rodízio de placas semelhante ao de SP, só que aqui cada carro é obrigado a ficar em casa não um, mas dois dias da semana, e uma vez por ano eles tem o 'Dia sin carros', no qual todos os carros particulares são proibidos de circular. Nesse ano, foi o 05/02, ou seja, exatamente um dia depois de sairmos de Bogotá. Uma pena, gostaria muito de ter participado desse momento, mas, de qualquer maneira, dá pra ver que todo esse esforço dá resultado. Não que não exista trânsito em Bogotá, mas numa cidade com 8 milhões de habitantes, em nenhum momento ficamos presos em engarrafamentos ou coisas assim. Um exemplo para muitas cidades brasileiras, com certeza.
Mas estou tergiversando... Como disse, fomos a Zipaquira. O que há lá? A Catedral de Sal. A história é mais ou menos assim: em Zipa há uma enorme mina de sal. Os mineiros fizeram um altar para sua padroeira pedindo proteção. Com o tempo, esse altar virou uma igreja, mas, como nos explicaram depois, o sal tem um arquinimigo: a água. Infiltrações na minha eventualmente fizeram parte da igreja desabar. Bom, os zipaquerenos não são brasileiros, mas tampouco desistem facilmente. Logo botaram de pé (modo de dizer - toda a construção é subterrânea) uma nova catedral, muito maior e mais bonita. Isso faz mais de vinte anos. Desde então, a Catedral de Sal de Zipaquira é uma das maiores atrações arquitetônicas da Colômbia.
A Catedral está localizada num complexo maior, o Parque do Sal, que engloba o Museu do Mineiro (que não visitamos), praças, restaurantes, cafés, etc, e um mirante com uma bela vista da cidade. A estrutura toda é muito bem montada, com bastante informação, guias bilíngues e tudo mais.
Ao entrar na Catedral somos levados por um túnel cortado na pedra e lentamente levados mais e mais fundo (a profundidade total é de 180 metros debaixo da terra). Ao longo do caminho, 14 estações lembram a via crucis de Cristo. Na verdade não existem as figuras tradicionais, pois como nos explicou nossa guia, a rocha de sal não tem estabilidade suficiente para serem esculpidas estátuas e coisas assim. Portanto, as estações são apenas elocubrações em cima de cruzes e oratórios e se aproveitam muito de uma iluminação especial.





Por fim, no ponto mais baixo, há a nave principal da Catedral, com um altar e uma cruz gigante, como deve ser. Ao que parece, a missa dos domingos lá é concorridíssima, com mais de cinco mil participantes regulares. Eles também realizam cerimônias de casamento e batizado pela bagatela de 14.000.000 de pesos colombianos (como 14.000 reais).




Ah sim!, e se der vontade de tomar aquele cafezinho colombiano, não esquenta, dentro da Catedral tem uma cafeteria recém-inaugurada. E outro aviso: aqui para eles, um tinto não é um vinho, mas sim um cafezinho como os que tomamos em qualquer botequim do Brasil.
Fora a Catedral, Zipaquira não tem muito a oferecer. Uma praça central bonitinha, onde fizemos um lanche, e depois é pegar o ônibus de volta à Bogotá.
Como essa era nossa última noite na cidade, resolvemos fazer um jantar de despedida para Maurício e Felipo. Passamos no supermercado, compramos os ingredientes e preparei uma galinha com champignons ao leite de coco. Todos gostaram bastante, menos a Má, pra quem o teor 'picante' do prato foi demasiado. E de sobremesa, para dar aquele toque de brasilidade, brigadeiro!
Depois, Maurício nos levou na rodoviária, que na verdade fica bem perto de sua casa. Entramos no ônibus a meia-noite, para 5 horas de viagem a San Gil.
Adeus Bogotá!
Depois do almoço fomos para Zipaquira, que é uma cidadezinha ao norte de Bogotá. Para chegar na estação rodoviária nos utilizamos do Transmilenio, que é um sistema de ônibus baseado no que existe em Curitiba, só que muito melhorado: você paga a passagem ao entrar nas estações espalhadas pela cidade. Então, quando o ônibus chega, o embarque/desembarque é muito mais rápido. Mas a principal diferença é que esse sistema tem vias dedicadas, ou seja, algumas pistas das avenidas principais são exclusivas para ele, fazendo com que os ônibus andem muito mais rápido que no trânsito comum.
Na verdade, todo o trabalho de engenharia de tráfego em Bogotá é notável. Além do Transmilenio, eles tem um rodízio de placas semelhante ao de SP, só que aqui cada carro é obrigado a ficar em casa não um, mas dois dias da semana, e uma vez por ano eles tem o 'Dia sin carros', no qual todos os carros particulares são proibidos de circular. Nesse ano, foi o 05/02, ou seja, exatamente um dia depois de sairmos de Bogotá. Uma pena, gostaria muito de ter participado desse momento, mas, de qualquer maneira, dá pra ver que todo esse esforço dá resultado. Não que não exista trânsito em Bogotá, mas numa cidade com 8 milhões de habitantes, em nenhum momento ficamos presos em engarrafamentos ou coisas assim. Um exemplo para muitas cidades brasileiras, com certeza.
Mas estou tergiversando... Como disse, fomos a Zipaquira. O que há lá? A Catedral de Sal. A história é mais ou menos assim: em Zipa há uma enorme mina de sal. Os mineiros fizeram um altar para sua padroeira pedindo proteção. Com o tempo, esse altar virou uma igreja, mas, como nos explicaram depois, o sal tem um arquinimigo: a água. Infiltrações na minha eventualmente fizeram parte da igreja desabar. Bom, os zipaquerenos não são brasileiros, mas tampouco desistem facilmente. Logo botaram de pé (modo de dizer - toda a construção é subterrânea) uma nova catedral, muito maior e mais bonita. Isso faz mais de vinte anos. Desde então, a Catedral de Sal de Zipaquira é uma das maiores atrações arquitetônicas da Colômbia.
A Catedral está localizada num complexo maior, o Parque do Sal, que engloba o Museu do Mineiro (que não visitamos), praças, restaurantes, cafés, etc, e um mirante com uma bela vista da cidade. A estrutura toda é muito bem montada, com bastante informação, guias bilíngues e tudo mais.
Ao entrar na Catedral somos levados por um túnel cortado na pedra e lentamente levados mais e mais fundo (a profundidade total é de 180 metros debaixo da terra). Ao longo do caminho, 14 estações lembram a via crucis de Cristo. Na verdade não existem as figuras tradicionais, pois como nos explicou nossa guia, a rocha de sal não tem estabilidade suficiente para serem esculpidas estátuas e coisas assim. Portanto, as estações são apenas elocubrações em cima de cruzes e oratórios e se aproveitam muito de uma iluminação especial.
Por fim, no ponto mais baixo, há a nave principal da Catedral, com um altar e uma cruz gigante, como deve ser. Ao que parece, a missa dos domingos lá é concorridíssima, com mais de cinco mil participantes regulares. Eles também realizam cerimônias de casamento e batizado pela bagatela de 14.000.000 de pesos colombianos (como 14.000 reais).
Ah sim!, e se der vontade de tomar aquele cafezinho colombiano, não esquenta, dentro da Catedral tem uma cafeteria recém-inaugurada. E outro aviso: aqui para eles, um tinto não é um vinho, mas sim um cafezinho como os que tomamos em qualquer botequim do Brasil.
Fora a Catedral, Zipaquira não tem muito a oferecer. Uma praça central bonitinha, onde fizemos um lanche, e depois é pegar o ônibus de volta à Bogotá.
(Cafeteria de Zipa com vista para praça central)
Como essa era nossa última noite na cidade, resolvemos fazer um jantar de despedida para Maurício e Felipo. Passamos no supermercado, compramos os ingredientes e preparei uma galinha com champignons ao leite de coco. Todos gostaram bastante, menos a Má, pra quem o teor 'picante' do prato foi demasiado. E de sobremesa, para dar aquele toque de brasilidade, brigadeiro!
Depois, Maurício nos levou na rodoviária, que na verdade fica bem perto de sua casa. Entramos no ônibus a meia-noite, para 5 horas de viagem a San Gil.
Adeus Bogotá!
